"Pensar sistêmicamente é pensar que tudo no universo está relacionado a tudo, nada é separado, isolado. E que tudo nesta vida segue uma ordem natural dentro de uma hierarquia. Quando ocorre quebra hierárquica, vem uma disfunção. Ex: O ser humano é físico, mental, emocional e espiritual. Se prioriza um em detrimento do outro vai haver complicação. Alguém muito mental , é pouco emocional. Alguém muito espiritualizado é pouco prático (não materializa). "

Para ser um Terapeuta Sistêmico é preciso além da técnica, respeitar os direitos e sentimentos dos outros, que é um bom alimento para se cultivar um relacionamento agradável, ter sensibilidade e ser cauteloso e estar em dois lugares ao mesmo tempo. "

Texto escrito e usado em curso de Prática Sistêmica, por Jaqueline Cássia de Oliveira - fev/2000

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Namorar: estar em amor!!

Para aqueles que estão aprendendo a cuidar-se e cuidar do outro;
A amar-se e amar o outro;
A gostar-se e gostar do outro;
A valorizar-se e valorizar o outro, enfim; para todos que estão aprendendo a namorar!!


Namorado: Ter ou nao ter, é uma questão

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer
proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho
escondido na hora que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta
abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical no Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho. Não tem namorado quem
não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Enlou-cresça.

*Obs.: Este texto, frequentemente, tem sido atribuído a Carlos Drummond de Andrade. Mas, de fato, é de Artur da Távola. Foi publicado no livro: “Amor a sim mesmo” (sic) – (coletânea de crônicas de Távola), Ed. Círculo do Livro, por cortesia da Ed. Nova Fronteira S.A. copyright – © 1.984 Paulo Alberto M. Monteiro de Barros (nome real de Artur da Távola).

domingo, 6 de junho de 2010

Quem ama cuida??

Vésperas do Dia dos Namorados!!! Afinal de contas... O que é este tal de namorar? Alguém já parou para pensar nesta palavra?

Namorar....

O clima está propenso para seduzir, a todos que vivem nesta vida frenética, a parar para consumir o objeto mais desejado e muitas vezes o mais caro, para demonstrar o quanto vale o seu amor!

E quanto vale o seu amor?

Quem dá mais por ele?

Dou-lhe uma? Dou-lhe duas? Dou-lhe três??

Quanto você dá pelo e para o seu amor?

Eu gostaria em um primeiro momento de propor a todos vocês uma reflexão!!!

Se "quem ama cuida!". Então, como tenho cuidado do meu amor (por mim ou pelo outro, eis a questão!)?

Para nos ajudar a refletir e sentir segue um texto que descobri na internet, no site do sensível ser humano e filósofo, Leonardo Boff, que me fez pensar sobre o ethos (não só a ética, mas a morada humana) do amor: o ethos que cuida.

O 'ethos' que cuida
Leonardo Boff - Jornal do Brasil, 25 de julho de 2003

Quando amamos, cuidamos e quando cuidamos amamos. Por isso o ethos que ama se completa com o ethos que cuida. O "cuidado" constitui a categoria central do novo paradigma de civilização que forceja por emergir em todas as partes do mundo. A falta de cuidado no trato da natureza e dos recursos escassos, a ausência de cuidado com referência ao poder da tecnociência que construiu armas de destruição em massa e de devastação da biosfera e da própria sobrevivência da espécie humana, nos está levando a um impasse sem precedentes. Ou cuidamos ou pereceremos. O cuidado assume uma dupla função: de prevenção a danos futuros e de regeneração de dados passados. O cuidado possui esse condão: reforçar a vida, zelar pelas condições físico-químicas, ecológicas, sociais e espirituais que permitem a reprodução da vida e de sua ulterior evolução. O correspondente ao cuidado em termos políticos é a "sustentabilidade" que visa encontrar o justo equilíbrio entre o benefício racional das virtualidades da Terra e sua preservação para nós e as gerações futuras. Talvez aduzindo a fábula do cuidado, conservada por Higino (+17,d.C.), bibliotecário de César Augusto, entendamos melhor o significado do ethos que cuida.

"Certo dia, Cuidado tomou um pedaço de barro e moldou-o na forma do ser humano. Nisso apareceu Júpiter e, a pedido de Cuidado, insuflou-lhe espírito. Cuidado quis dar-lhe um nome, mas Júpiter lho proibiu, querendo ele impôr o nome. Começou uma discussão entre ambos. Nisso apareceu a Terra alegando que o barro é parte de seu corpo e, que por isso, tinha o direito de escolher um nome. Gerou-se uma discussão generalizada e sem solução. Então todos aceitaram chamar Saturno, o velho deus ancestral, para ser o árbitro. Este tomou a seguinte sentença, considerada justa: Você, Júpiter, deu-lhe o espírito, receberá o espírito de volta quando essa criatura morrer. Você, Terra, que lhe forneceu o corpo, receberá o corpo de volta, quando esta criatura morrer. E você, Cuidado, que foi o primeiro a moldar a criatura, acompanha-la-á, por todo o tempo em que viver. E como vocês não chegaram a nenhum consenso sobre o nome, decido eu: chamar-se-á homem que vem de humus que significa terra fértil".

Essa fábula está cheia de lições. O cuidado é anterior ao espírito infundido por Júpiter e anterior ao corpo emprestado pela Terra. A concepção corpo-espírito não é, portanto, originária. Originário é o cuidado "que foi o primeiro a moldar o ser humano". O Cuidado o fez com "cuidado", zelo e devoção, portanto, com uma atitude amorosa. Ele é, anterior, o a priori ontológico que permite o ser humano surgir. Essas dimensões entram na constituição do ser humano. Sem elas não é humano. Por isso se diz que o "cuidado acompanhará o ser humano por todo o tempo em que viver". Tudo que fizer com cuidado será bem feito.

O ethos que cuida e ama é terapêutico e libertador. Sana chagas, desanuvia o futuro e cria esperança. Com razão diz o psicanalista Rollo May:"na atual confusão de episódios racionalistas e técnicos, perdemos de vista o ser humano. Devemos voltar humildemente ao simples cuidado. É o mito do cuidado, e somente ele que nos permite resistir ao cinismo e à apatia, doenças psicológicas de nosso tempo".

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Boa Leitura!!!!





A autora Solange Maria Rosset aborda neste livro, pontos nodais da relação pais e filhos, focando aspectos que são importantes para fortalecer esse vínculo, ao mesmo tempo em que enfatiza a possibilidade de que essa relação seja um instrumento de crescimento e desenvolvimento de consciência de todos os envolvidos.
A tônica do livro é o desenvolvimento da responsabilidade como desencadeadora das mudanças e aprendizagens que são necessárias.
É um livro importante para terapeutas, tendo em vista que apresenta pontos importantes que podem ser desenvolvidos no contexto terapêutico tanto nos atendimentos de famílias como no acompanhamento individual.
É muito útil para pais e filhos que desejam melhorar suas relações. Para os pais, traz conceitos e explicações que facilitam a árdua tarefa de prover, educar e se relacionar com filhos. Mas é também útil para filhos que poderão ter importantes dicas de como desenvolver sua história pessoal, independente da sua história familiar, e assim, melhorando sua relação com seus pais, preparar melhor sua relação com seus filhos.

Noite de Autógrafo! Vale a pena conferir...




Reserve esta data: 16 de junho de 2010

Lançamento e noite de autógrafo do livro: Memória,Aprendizagem e Esquecimento - a memória através das neurociências cognitivas do Doutor Antônio Carlos Corrêa.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Reflexão

"o correr da vida embrulha tudo. A vida é assim:
Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é CORAGEM. "
Guimarães Rosa